sábado, 29 de junho de 2013


Esta foi a última realização da Junta de Freguesia de S. Pedro. Desta vez, na Capela de Santa Bárbara na Fortaleza de Peniche, houve um Serão Fadista com dois fadistas locais, Uma vez mais, Cristina Luz e Francisco Jorge, disponibilizaram-se para, gratuitamente e em conjunto, fazer um maravilhoso serão. Ambos foram magistralmente acompanhados, à viola por José Simões e, à guitarra por Francisco Silva. Como cereja em cima do bolo, Cristina Luz cantou “à capela” Avé Maria de Shubert e não satisfeita, lançou a sua neta Rafaela, a cantar o mesmo e “à capela” também. Temos continuidade. Desta vez, cento e quarenta pessoas encheram por completo todo o espaço da Capela, tornando este Serão Fadista uma agradável confraternização.






















Como o trabalho de recuperação não foi terminado, o mar encarregou-se de uma vez mais avisar que não brinca. E desta vez até foi meigo. Foi uma pequena “fola” e retirou dois blocos. Tirando a segunda e terça feiras em que há mais vento e mais ondulação, vem aí uma calmaria conjugada com marés pequenas, que ajudam. É só consultar http://www.windguru.cz/pt/index.php?sc=1528  . É grátis.




 
 

No Pavilhão Polivalente decorreu ontem a tradicional Festa de Fim de Ano do Centro de Solidariedade e Cultura de Peniche, com as crianças do Jardim de Infância Santa Maria e João Paulo II, da Creche de Santana e da Creche/Berçário de Santa Maria. Este ano, não obstante o horário não ter permitido que muitos pais pudessem estar presentes, mesmo assim o Pavilhão apresentava uma boa moldura humana. O lema foi “ O Nosso Musical”” feito pelas crianças e educadoras, com muitos sorrisos, abraços, e uma linda festa. Podem repetir no próximo ano.






sexta-feira, 28 de junho de 2013

            

                      E o moínho, já não mói farinha.


Neste momento, quero em meu nome particular informar-vos que, a Inauguração da Exposição de Pintura inserida nas Comemorações do Patrono da Junta de Freguesia de S. Pedro, foi cancelada por motivos completamente alheios a essa mesma Junta. Particularmente também vos direi que, mais tarde ser-vos-á enviado, em meu nome, um novo texto, com todas as explicações, acompanhadas das respectivas cópias documentais em meu poder.

quinta-feira, 27 de junho de 2013




Ao fazer esta foto, não sei porquê mas lembrei-me de Francisco Bernardo e da nossa visita a Galafura e dos poemas de Miguel Torga que ali estão escritos. Este não consigo precisar se lá está, mas é um dos meus preferidos.

 

Meu testamento de Poeta, quero
Que fique na pureza destas ilhas,
Gravado pelas ondas sem sossego.
Para que o leia o sol,
E o vento,
E quem gosta da Vida e movimento,
- Só escrito
Nestas folhas de espuma e de granito.

Em versos com medida das marés,
Rodeado de cor e solidão:
Talvez tenha beleza a doação,
E sentido…
Talvez que finalmente eu seja ouvido,
E cada herdeiro queira o seu quinhão.

(A riqueza que tenho,
Só em fraga despida
E com velas à vista
A posso dar a alguém…
Sou artista
Por humana conquista
E por me ter parido minha mãe.)

Mas se ninguém quiser o meu legado,
Nestes penedos, recusado,
Terá asas em cima…
Asas abertas sobre cada rima
De silêncio salgado.

Aqui, portanto, fique,
Como um ovo num ninho de saudade.
E que ninguém o modifique.
Só este texto indique
A minha última vontade.

Deixo…
(os poetas, coitados,
Têm quintas de papéis arrumados
E barras de oiro… quando a tarde cai… )
Deixo…
Mas a herança aqui vai.

Nenhum de nós desista, se é verdade!
Ligado às próprias achas da fogueira,
Mantenha-se por toda a eternidade
Senhor da sua inteira liberdade
De dizer o que queira.

Tenha amor aos sentidos
E a toda a criadora excitação.
Pouse na terra os olhos comovidos,
Como remos nos flancos coloridos
Da vaga onde navega a embarcação.

Leal e simples, saiba desvendar
Mistérios que é preciso descobrir:
O gesto natural de semear,
E a fome de colher e mastigar
O fruto que do gesto há-de sair.

Nada queira distante da razão,
Por saber que estiola o que não tem
Sol a jorros a dar-lhe projecção
Na rasa lei do chão
Donde a raiz lhe vem.

Veja passar o vento
Carregado de sonhos e poeira…
Veja-o passar, atento
À beleza do próprio movimento…
Entenda num segredo a vida inteira!

E siga como alegre quiromante
Que mesmo no ludíbrio se procura.
Romeu viúvo que perdeu a amante
E lhe fica constante,
Até que a vai amar na sepultura.

E agora assino e selo o testamento.
Leve-me o barco, e fique a barlavento
Esta bruma de mim.
E que o farol, à noite, quando alguém vier,
Ilumine o que eu digo, e o deixe ler
Até ao fim.

Berlengas, 6 de Julho de 1947.
Miguel Torga, in Diário IV.

Resposta certa, certa, nem uma. Mas o local escolhido foi o dos antigos viveiros de Peniche de Cima. É uma maravilha poder ainda observar a vida ali existe. Já não como antigamente, mas ainda fácil de encontrar. Os “restos” dos viveiros ainda por lá estão, cada vez menos, pois o mar não é meigo naquele local. A vista é simplesmente uma maravilha.















Se a minha memória não me engana, apenas um autarca desta Cidade mostrou até ao momento preocupação e interesse em resolver o grave problema dos cães de “donos vadios”. Ainda ontem antes do hastear da Bandeira Azul eram visíveis alguns animais deambulando pela praia. Há casos registados de ataques a pessoas em plena praia. Ninguém desconhece este problema. Há anos que se fala e se sabe que a existência de um canil municipal é uma obrigação, mais de que um dever. Os animais não são os culpados e embora pareça mais fácil recorrer ao abate, é desumano pensar este assunto por esse lado. Uma vez mais repito dados concretos. Nas Juntas de Freguesia de Peniche há registos (2012) de 130 animais. Números oficiais. Se acreditarmos que todos estão registados, há nesta Cidade “apenas” 130 animais. Se houver alguém que acredite nisto, então “estamos tramados”. Por aquilo que observamos no dia a dia, as autoridades com responsabilidades nesta área, ou são moucos ou são cegas. As minhas desculpas aos moucos e aos cegos.