Chegado a esta altura do ano, o meu espírito natalício
leva-me sempre a recordar, todos os que já partiram e este ano, em particular,
está a ser muito especial e muito difícil para mim. Cada dia que passa, e cada
amigo que nós perdemos por terem partido para a Casa do Pai, é como se um pouco
de nós os acompanhasse e por isso sentimos essa falta. Eu sinto. Tantos e tantos,
que tenho medo de, por vezes, não conseguir recordar-me de todos. Todos os dias
rezam por eles, pois não tenho outro modo de os recordar. Por isso o meu cartão
de Natal tardou em aparecer. Eles não iriam perdoar-me o facto de, por isso,
não levar aquela mensagem muito própria desta época a todos os amigos e seus
Familiares . Assim, aproveitando a ajuda de quem muito admiro, junto às suas as
minhas muito simples palavras para todos vós; Um Santo Natal.
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos –
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos –
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai –
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte –
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos –
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos –
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai –
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte –
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Para vós; João Bilhau, José Luciano, Francisco Bernardo,
Carlos Morato, Francisco Franco, Tozé Cação, Jorge Saldanha, Rui Lino, Duarte
Nuno, Vidaul Glória, Tozé Mota, e os que com estes permanecem no meu coração.
Eternamente agradecido pela vossa amizade.
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