terça-feira, 17 de dezembro de 2013

NATAL



Chegado a esta altura do ano, o meu espírito natalício leva-me sempre a recordar, todos os que já partiram e este ano, em particular, está a ser muito especial e muito difícil para mim. Cada dia que passa, e cada amigo que nós perdemos por terem partido para a Casa do Pai, é como se um pouco de nós os acompanhasse e por isso sentimos essa falta. Eu sinto. Tantos e tantos, que tenho medo de, por vezes, não conseguir recordar-me de todos. Todos os dias rezam por eles, pois não tenho outro modo de os recordar. Por isso o meu cartão de Natal tardou em aparecer. Eles não iriam perdoar-me o facto de, por isso, não levar aquela mensagem muito própria desta época a todos os amigos e seus Familiares . Assim, aproveitando a ajuda de quem muito admiro, junto às suas as minhas muito simples palavras para todos vós; Um Santo Natal.


Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos –
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.

Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos –
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai –
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte –
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
 
Para vós; João Bilhau, José Luciano, Francisco Bernardo, Carlos Morato, Francisco Franco, Tozé Cação, Jorge Saldanha, Rui Lino, Duarte Nuno, Vidaul Glória, Tozé Mota, e os que com estes permanecem no meu coração. Eternamente agradecido pela vossa amizade.



Sem comentários:

Enviar um comentário