quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

ESCARAVELHO DAS PALMEIRAS

Foi há um mês que apareceu, no sítio da Câmara Municipal de Peniche, um documento alertando para um problema de fitossanidade pública. Este problema referia-se ao Escaravelho-vermelho, que há largos meses vinha afectando as palmeiras existentes no nosso Concelho. Aceito perfeitamente o velho ditado “antes tarde do que nunca” mas também, na minha modesta opinião, foi tarde de mais. Há um pouco por toda a Cidade ramos secos de palmeiras a cair e a espalhar no chão casulos deste escaravelho. No dia 1 de Dezembro no Jardim Municipal, aquando da Caminhada pelo VIH-Sida, tive a oportunidade de apanhar um desses casulos que por ali estavam espalhados e levei para casa afim de ter uma melhor noção da sua evolução. Hoje, após dez dias (desconhecendo o tempo que esteve ali no chão e na árvore), lá “saiu da casca” o escaravelho-vermelho. A pergunta que se impõe; então e todos aqueles que não apanhei para onde foram? Claro que partiram para onde ainda haja algum alimento (leia-se palmeira) e assim eles se multiplicam sem sofrerem qualquer ataque. p.s. este está definitivamente impossibilitado de reproduzir.







 

1 comentário:

  1. Em toda esta história da doença das palmeira, das lagarta s edos escaravelhos, aquilo que me preocupa já não é a causa da sua morte. O que me preocupa é a sua morte e o que me interessa é o futuro, seja pelo vazio que elas deixam, seja pela sua substituição por outras árvores.

    Se a substituição for outras palmeiras imunes a esta praga, o seu tempo de crescimento é igualmente medido em número de dezenas de anos. Ou seja, quando se puder ver algum efeito, qualquer tipo de replantação com que se pretenda dar um ar mais humanizado a esta cidade nua de arborização, o seu efeito virá muito tarde e, durante muitos anos, o vazio lá estará para nos ajudar a lembrar estas palmeiras com mais de uma centena de anos.

    Embora eu seja favorável à necessidade de arborização com replantações sucessivas e com espécies mais próximas da nossa zona geográfica, uma coisa eu posso garantir, se plantarem árvores de folha caduca, haverá sempre um trabalho e uma despesa acessória para a câmara que é a necessidade de limpar as ruas, os passeios e os jardins, por causa da queda das folhas que vão caindo durante o Outono e o princípio do Inverno. Se plantarem árvores de folha perene, essa questão ficará eliminada, tal como o trabalho e as despesas suplementares... A plantação de pinheiros mansos em alguns locais da cidade, embora também de crescimento lento, poderia ser uma possibilidade, pois são árvores resistentes e cuja copa na sua idade adulta proporciona uma boa sombra e uma boa imagem visual. Certamente que haverá muitas outras árvores com idênticas características, mas gosto particularmente dos pinheiros mansos.

    A outra questão que gostaria de colocar é o que fazer com as palmeiras cujas copas e folhas foram cortadas, o que poderá vir a acontecer a todas ou quase todas elas. As possíveis sobreviventes, visualmente, poderão não ter nenhum significado. Se olhares para a muralha pelo lado da Prageira, verificas facilmente que a muralha parece estar despida e o aspecto desordenado do casario da cidade logo na primeira linha a seguir à muralha não beneficia, em nada, a perspectiva desoladora da cidade. Como todos os penicheiros perto da minha geração, aquelas árvores fizeram parte da nossa infância e davam uma leitura diferente à cidade. É com tristeza que todos olhamos para aquele espectáculo desolador e deprimente perante a morte de tão imponentes e significativas árvores.

    No contexto do pouco que se poderá vir a fazer com o que sobra das palmeiras, tenho dúvidas quanto ao seu renascimento espontâneo, seria oportuno começar a pensar em encontrar uma solução para manter o que delas resta recorrendo a ideias inovadoras que possam contribuir para restituir alguma "vida" às árvores, mesmo estando elas mortas.

    Estou a falar neste assunto mas, infelizmente, não tenho nenhuma ideia ou hipótese de solução. Apenas me pareceu que poderia ser um desafio interessante para artistas, arquitectos ou para os penicheiros em geral, descobrir uma maneira inteligente e bonita de manter o que resta das palmeiras.

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