A mim, por tudo o que me tem sucedido de bom nestes últimos dias, já me
cheira a Primavera. À memória, boas recordações de todos os Amigos. Uns que já
partiram e que recordo com muita saudade, outros que permanecem entre nós. Uns com problemas de saúde, outros felizmente
com vidas normais. E é neste turbilhão de pensamentos, que gostaria de recordar
dois em particular. Minha mãe e minha tia. Para elas um apontamento dum colega
de carteira e amigo, Dr. Fernando Namora, cuja primeira professora foi a minha
falecida avó, Maria de Lurdes ( Lulu ). Outro, Francisco Bernardo que pela
primeira vez me levou a visitar a Galafura, terra da sua esposa, Maria Eulália,
onde Adolfo Correia da Rocha, ( Miguel Torga ) escreveu muitos dos seus belos
poemas.
Quando
nasci, entre rendas e afagos egoístas,
Os rouxinóis,
pela noite, namoravam a Primavera…
Os
sinos ficaram tolhidos e
tristes
Como se os meus gritos lhe
pesassem a alma.
Minha Mãe, nessa noite,
Sonhou com o aceno molhado dum lenço branco
Num dia de partida…
Ó Terra!
Ó Terra!
Porque não estoiraste nesse momento?
Depois do Inverno, morte
figurada,
A Primavera, uma assunção de
flores.
A vida
Renascida
E celebrada
Num festival de pétalas e cores.
Miguel Torga
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