Desde o dia
2 de Julho de 1987, com o Dr. Ernesto Moreira, que o Galardão Honorífico Ouro não
é atribuído pelo Município de Peniche, e isso tem-me preocupado como
Penicheiro. Porquê? Porque algo de errado se passa numa sociedade quando, de
entre os seus pares, durante quase trinta anos não ter existido um qualquer
cidadão com qualidades de inteligência,
com qualquer acção digna de nota, ou
com qualquer acto de benemerência
que fosse digno desse reconhecimento. Comecei então a rabiscar num papel nomes
daqueles que eu conheço e conheci, que em qualquer parte do Mundo civilizado
seriam, A MEU VER, imediatamente reconhecidos como pessoas dignas desse
Galardão. O Regulamento para atribuição de Galardões Honoríficos foi criado a
26 de Outubro de 1992 e no seu Artigo 14º pode ler-se o seguinte: A Medalha de
Honra do Município só deverá ser concedida a personalidades que se tenham
distinguido por excepcionais qualidades de inteligência, acção ou benemerência
ou a instituições merecedoras de excepcional reconhecimento ou homenagem do
Município de Peniche. As Medalhas de Honra do Município (Medalhas Ouro), foram entregues (apenas) sete Galardões; a Fernando Lopes da Silva, António da Conceição Bento,
Associação dos Bombeiros Voluntários de Peniche, Dr. Mariano Calado, Almirante
Américo Tomás, Padre Manuel Bastos de Sousa, e Dr. Ernesto Moreira, em Prata Dourada a Emídio Barradas e José
António Belo (título
póstumo) e em Prata a Joaquim Barradas Leitão e Luis
Correia Peixoto. Depois pus-me a pensar (que parvoíce a minha) se em Peniche não teriam existido mais pessoas
dignas deste Galardão e cheguei à conclusão que sim. Na minha modesta opinião,
muitas mais. Sendo assim, perdoem-me a minha franqueza; ou eu já estou
esclerosado ou aquelas pessoas que eu pensava que tinham tido um papel
relevante para Peniche, muitas delas até para o País e outras tantas pelo Mundo
afora, apenas existem na minha imaginação. Tenho que concluir que eu
sou, apenas e tão só, um sonhador.
O problema é mesmo teu e, já agora, meu também. Nota que no "crème de la crème" dos agredidos com o dito galardão estão dois dos mais elevados, grandiosos e exuberantes génios da cultura e da ciência mundiais, aos quais Peniche tudo deve: Américo Thomaz e Lopes da Silva. Basta pensar o que seria de Peniche se aqueles vultos maiores não tivessem existido! Penso que outro portento, Miguel Relvas, também deveria ser agredido com a "nossa" mais alta distinção, pois, diz o povo, não há duas sem três.
ResponderEliminarAgora à séria, todos os restantes foram merecedores de reconhecimento público municipal, independentemente do metal que lhes calhou, mas, tal como tu, julgo que a lista está muito incompleta. Será que há algum Alzheimer colectivo e que a memória de Peniche se varreu?