terça-feira, 11 de outubro de 2016

FACTOS SÃO FACTOS 13.

PENICHE DESERTO À NOITE.
Peniche à noite e quando digo à noite é logo a partir do pôr-do-sol, morreu. Antigamente, quando o Porto de Pesca era na Ribeira Velha, o movimento nocturno era uma verdadeira “festa”. Os pescadores que chegavam da faina, as mulheres que trabalhavam nos armazéns espalhados pela Ribeira, os cafés e os “mirones”, até mesmo os turistas, era um bulício em Peniche, em particular na Ribeira e nas zonas limítrofes ao Campo da Torre. Hoje é uma tristeza. Logo que o Sol se esconde as pessoas desaparecem como que por magia e isso intrigava-me. Cheguei junto de algumas pessoas conhecidas e tentei perceber as razões para tal. O que me disseram era que tinham medo! Durante alguns dias tentei aprofundar um pouco mais o que tinha ouvido. Fiquei a saber um pouco mais e não me senti à vontade para “esticar um pouco mais a conversa” e aprofundar o porquê desse medo.
 

















 

3 comentários:

  1. Aonde pára a polícia.��

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  2. A evolução deslocou o movimento e confinou-o. Convivíamos com a faina piscatória e agora temos redes a separar-nos dela.
    É discutível (tudo é discutível) a justeza do que foi feito, e que muito contribuiu para a "desertificação" da noite, mas o medo não faz qualquer sentido e para a pergunta do comentário anterior sobre onde pára a polícia a resposta só pode ser - onde sempre parou.
    Passei centenas de noites até muito tarde, muitas vezes até já não ser noite, a passear pelos mais recônditos recantos de Peniche.
    Só muito raramente me cruzava com a polícia, mas vi vezes sem conta cenas de pancadaria. Outras vezes não vi, mas todos lembraremos que não passava provavelmente uma semana sem que houvesse notícia de feroz violência, de facadas e agressões de todo o tipo, com feridos graves e não poucas vezes mortes.
    Acontecer agora o que acontecia no tempo em que ninguém tinha medo, há 40 ou 50 anos atrás, justificaria a mudança da sede do Correio da Manhã para Peniche.
    Mas agora não acontece quase nada, talvez porque o medo nos afugenta e resguarda, talvez porque afinal há muito poucas razões para ter medo, mas o estado de espírito mudou.
    É isso - o medo é um estado de espírito. Contagioso, ainda por cima.

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  3. O Sr.António Machado já disse quase tudo.
    Quanto ao resto, convém saber que todas as cidades, em todo o mundo, estão desertas à noite (salvo, obviamente, os Bairro Alto e similares).

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