Ontem voltei a assistir a uma pesca de cerco num barco de
Peniche, o Rio Minho, com pai e filho na cabine a comandar uma tripulação de 14
pescadores. Com a actual tecnologia colocada à disposição do mestre para
detecção do peixe tornou mais fácil encontrar um cardume mas não dispensa o
olhar e a sabedoria adquirida ao longo dos anos para manobrar o barco de modo a
conseguir fazer o cerco ao cardume. Enquanto aguardavam a ordem do mestre para
o início do cerco os pescadores entretinham-se a pescar ou simplesmente a
conversar. Normalmente tudo corre de feição mas, algo correu menos bem na
recolha da rede. Ela ficou presa no fundo e rasgou. O mestre começou a dar as
ordens para toda a tripulação puxar à mão a parte rasgada, a parte da rede mais
junto ao chumbo, para bombordo a fim de evitar que o peixe fugisse por aí. Só
vendo se pode avaliar o esforço que foi necessário em tão pouco tempo para fazer
esta manobra e conseguir que o peixe não escapasse. O trabalho destes homens
não terminou aqui pois após chegada a terra é preciso descarregar o peixe, entrega-lo
ao comprador, lavar e tudo arrumar, reparar a rede rasgada para, logo no outro
dia, voltar à pesca da sardinha. Chegado o peixe à Lota e fazendo bem as contas
pergunto; será que o valor recebido em lota, dos 141 cabazes mereceu todo este
trabalho?
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